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pular para o conteúdo caoscarioca notícias e opiniões sobre o caos urbano e social menu página inicial sobre contato ir para o conteúdo posts publicado em 22 de novembro de 2018 novo rio-rotativo tem tudo para dar errado em outubro passado, enquanto todo mundo estava de olho nas eleições, a prefeitura anunciou que vai licitar o novo modelo de estacionamento público para a cidade do rio. o cariocaparking.rio que por algum motivo inexplicável teve que incorporar uma palavra inglesa para substituir “estacionamento”. o novo modelo inclui a revisão das tarifas (que há muito tempo estão defasadas), a divisão da cidade em três zonas (também com preços diferenciados) e a digitalização do sistema todo. o modelo em si não é ruim. em vez de talões de papel o pagamento poderá ser feito por aplicativo. seja pelo próprio motorista em seu aparelho ou pagando em espécie a um guardador (o mesmo que hoje vende o talão) e este efetuando o registro no aplicativo. esses “créditos” de estacionamento estarão vinculados as placas dos automóveis. e assim o poder público poderá verificar se um carro estacionado está pagando pela vaga através de um segundo aplicativo. e, no caso de não estar, aplicar as devidas multas. o preço será de 3, 4 ou 5 reais por período de estacionamento, que pode ser de 2 horas, 4 horas ou período único. uma grande mudança é que, uma vez informatizado e digitalizado haverá a limitação de tempo de uso das vagas. ou seja, as vagas do sistema rotativo serão de fato para uso rotativo. isso é, vagas nas áreas de 2 horas poderão ser ocupadas por no máximo 4 horas (pagando dois períodos) e depois precisam ser desocupadas. as vagas de 4 horas não podem ser renovadas. isso significaria uma profunda mudança no uso dessas vagas e no comportamento de motoristas. não é incomum ao redor da cidade ver vagas de 2 horas sendo ocupadas pelo dia inteiro. o guardador acaba emitindo uma guia de estacionamento apenas, cobrando o valor de múltiplas guias, o que representa uma arrecadação menor para o município pelo uso daquela vaga. e a vaga deixa de cumprir o seu papel de ser “rotativa” para se tornar um estacionamento diurno de quem vai ao trabalho. além disso há vagas gratuitas. mesmo em bairros como leblon e ipanema é possível achar locais totalmente gratuitos para estacionar. vagas públicas que sequer estão no sistema do rio rotativo. isso mesmo, em um dos bairros mais caros da cidade é possível estacionar seu carro durante o dia inteiro de graça. ou seja, ocupar para fins privados um espaço público sem prestar nenhuma contrapartida por isso. e há ainda as vagas pagas a flanelinhas completamente ilegais. vagas dentro ou fora do sistema do rio rotativo, nem sempre em locais onde o estacionamento é permitido, que são exploradas por guardadores ilegais que em alguns casos cobram preços que quiserem e se valem inclusive de ameaças para ganhar dinheiro. qual impacto da mudança? um dos maiores fatores que levam a existência de tantos engarrafamentos é o baixo preço do estacionamento. sim, estacionamentos privados podem ser bastante caros no centro e zona sul do rio. mas isso não quer dizer que não haja uma grande quantidade de estacionamentos baratos nesses lugares, como mencionado anteriormente. a minha decisão pessoal toda manhã de ir ou não de carro está intimamente ligada à minha expectativa de conseguir estacionar sem ter que pagar por isso. um aumento do preço que eu terei que pagar certamente é um desincentivo para que eu use o carro e, por consequência, irei optar mais vezes pelo transporte público. quando esse comportamento individual se multiplica por milhares de pessoas há um impacto significativo no transito da cidade. e por consequência na mobilidade urbana. mas então qual o problema do novo sistema de estacionamento a ser implementado? no papel parece ser uma boa ideia com potencial de aumentar a arrecadação do município e, sobretudo, estimular o transporte público ao desestimular o transporte individual. o problema está ligado a exploração ilegal das vagas. tanto por guardadores legalizados (que por vezes agem a margem das normas como descrito nos parágrafos acima) quanto aqueles que agem totalmente fora da lei, extorquindo motoristas. primeiro aos guardadores legalizados, que hoje trabalham com os talões do rio rotativo. hoje as pessoas que atuam nestas funções são “de facto” donas de uma área de estacionamento e exploram aquela área muitas vezes as margens das normas do sistema rio rotativo. o intuito é puramente econômico: maximizar a renda e minimizar o trabalho. ao usar um talão só para o dia inteiro em uma vaga de 2 horas um guardador repassa menos dinheiro ao município, e não precisa ficar presente o dia inteiro para prover novos talões. é ilegal, sim. mas a existência de um talão e uniforme confere um “ar de legalidade”. com um sistema de pagamento digital em que o motorista pode pagar pelo aplicativo direto a empresa gestora do serviço de estacionamento como ficará a renda dos guardadores? e antes que confundam o argumento, não estou defendendo a manutenção do emprego de guardadores em si. não tenho nada contra uma solução completamente digitalizada. o problema é que estamos no rio de janeiro. na capital da malandragem e do jeitinho. ao contrário dos trocadores de ônibus (que também deveriam ser extinto), o guardador não trabalha em um ambiente controlado, e sim na rua. quais serão os mecanismos para coibir que esses guardadores trabalhem contra o sistema? não é mirabolante imaginar guardadores legalizados implementando cobranças adicionais para “garantir” vagas. no caso dos flanelinhas ilegais, que sequer venderiam os créditos, o motorista estará condenado a pagar duas vezes. uma vez pelo aplicativo para evitar uma multa, e outra vez ao guardador ilegal para ter o direito de estacionar sem ter o seu veículo danificado. ambos os problemas poderiam ser resolvidos com ações de policiamento simples. mas ai entra a atuação medíocre do nosso sistema policial e judicial. hoje, na prática, a polícia nada faz contra a atuação de guardadores ilegais a não ser que haja flagrante delito e a vítima preste queixa na delegacia. essa segunda condição, na prática, faz com que não haja ações policiais efetivas contra esses delitos pois se impõem um custo adicional à vítima. tempo, dor de cabeça, ter o seu nome envolvido em um processo. acaba sendo mais barato para o motorista pagar o guardador ilegal do que passar por um processo burocrático e moroso que não lhe trará nenhum benefício de curto prazo, apenas custos. sem falar nos casos em que a polícia ou guarda municipal é corrompida pelos próprios guardadores ilegais. a polícia precisa agir de forma independente, sem a necessidade de envolver os motoristas extorquidos, na coação e punição dessa atividade ilegal. isso é um fator primordial para que qualquer sistema de estacionamento público na cidade do rio de janeiro consiga mudar a acabar com a exploração ilegal de vagas públicas na cidade. esse “pequeno” detalhe está fora do escopo da licitação e do novo projeto do rio rotativo. mas mesmo estando fora dele é fator fundamental que irá definir o sucesso ou completo fracasso da nova plataforma de estacionamento público da cidade. sem os corretos mecanismos para coibir a pratica ilegal de flanelinhas não há chance do sistema funcionar de maneira a beneficiar a cidade como um todo. compartilhe isso: e-mail facebook twitter google whatsapp publicado em 19 de novembro de 2018 continuar construindo angra 3 é estúpido poucas coisas são mais idiotas que o continuado esforço para a construção da usina nuclear de angra 3. a usina foi planejada e comprada na década de 80 e durante todo esse tempo os equipamentos ficaram estocados, consumindo aproximadamente 20 milhões de reais por ano somente para isso. la para 2009 alguém teve a ideia brilhante de reiniciar a construção da usina, o que foi feito em 2010. a previsão era que em 2016 angra 3 estaria pronta a um custo de aproximadamente 10 bilhões de reais. 5 anos depois as obr

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